Não há nada mais humano que não saber.
É o exercício mais antigo da minha insignificância.
Às vezes não sei tudo de nada, outras não sei nada de tudo.
O sonho me leva aos primórdios do meu inútil conhecimento.
Sou uma brisa lenta atravessando os campos.
Canto cantigas numa estrada antiga.
Rabisco letras sem sentido na poeira densa dos escombros adormecidos.
Espalho papiros pela nudez da paisagem.
Acordo sempre nulo.
Sou apenas um poeta que não sabe.
E escreve o poema de todas as vidas.
Numa língua morta.