A loucura me sublima

08
Abr 11

Não há mais tempo pra nada.
Preciso chegar ao meu limite amanhã.
O amanhã é o meu limite.
Depois de amanhã é outra dimensão.
Não pertenço a ela.
Nunca atravessarei a linha que separa o amanhã do depois de amanhã.
As portas do tempo são implacáveis.
As chaves são pesadas, os porteiros não são amáveis.
No meu limite, o amanhã, sobreviverei a mim mesmo.
Me alimentando dos dias de espera e desilusão.
A vida não é complacente com os esperançosos nem com os desiludidos.
Apenas cumpre o seu dever de vida e determina limites.
O meu é o amanhã.
E se lá chegar, dele só sairei carregado pelo vento da eternidade junto com as folhas secas do outono.
Que chegarão aos seus limites naturais e partirão.
Conscientes dos novos rebentos que chegarão no início da primavera.
Já com todas as linhas dos novos limites delineadas.
Inclusive a do novo amanhã.

Publicado por Antonio Medeiro às 03:07

01
Abr 11

De repente senti um choque na cabeça.
O ziguezague de um relâmpago saiu pelos meus olhos.
A tontura me tomou repentinamente.
Percebi que alguma coisa rompera entre mim e a vida.
Era como se um fusível do quadro que controla os neurônios tivesse queimado.
1/2 que perdi a coordenação.
A mão não obedeceu.
O coração disparado.
A fala presa na garganta.
As ideias confusas.
Sentado estava, sentado fiquei.
Não ouvi direito o que disseram a meu respeito.
Tentei achar engraçado, sorrir; nada, não tive capacidade nem para mexer um músculo do rosto!
Percebi que já não estava mais no lugar que sempre estivera.
Estava em outro ponto, outro ângulo, outro espaço, numa outra realidade.
À minha volta começaram a circular estranhos, estranhos muito estranhos.
A única coisa que eu ainda sabia era que me chamava Antônio.
O resto, um amontoado de coisas sem nexo, o sentido confuso.
Fiquei ali, no mais absoluto silêncio, naquela estranha estrada.
Depois, senti outro relâmpago saindo pelos meus olhos.
Dessa vez doeu, foi um choque forte e doloroso.
Senti quando a baba escorreu pelo canto da boca.
Senti algo me tocando...
Alguém mencionou o meu nome...
E parece que longe, muito longe ouvi algo parecido com um choro.
Até que a luz se apagou...
E tive a impressão que adormeci.

Publicado por Antonio Medeiro às 03:46

Abril 2011
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2

3
4
5
6
7
8
9

10
11
12
13
14
15
16

17
18
19
20
21
22
23

24
25
26
27
28
29
30


Pesquisar
 
Comentários recentes
Gostei muito do texto! Parabéns!
...''Novamente vou partir à procura da felicidade....
"Tu és pó e ao pó "reverteres" Em verdade é só iss...
Meu amigo, se deixar-mos a vida nos levar, poderem...
Gostei do novo visual do blog... E tenho gostado s...
Posts mais comentados
2 comentários
2 comentários
1 cometário
blogs SAPO
subscrever feeds