A loucura me sublima

18
Ago 11

Eu sempre me ponho no meu lugar.
Jamais atravesso a fronteira do que eu posso ser.
Aprendi nos mínimos detalhes o limite imposto às pessoas menores.
Os grandes homens atravessam pontes em ruínas cheios de pompas.
Eu mal atravesso uma ponte de puro concreto sem certo ar de preocupação.
Me ensinaram a ser pequeno.
A rastejar por entre as botas brilhantes dos que impõem a ordem do mundo.
Me teceram como um capacho.
E cumpro com exata perfeição a minha função no mundo: servir.
Com a boca fechada, os braços abertos...
Com um sorriso amarelo nos lábios...
E o rabo entre as pernas.

Publicado por Antonio Medeiro às 14:09

11
Ago 11

Rompe o dia tão esperado.
Nada aconteceu, o mundo permaneceu o mesmo.
Eu permaneci o mesmo.
O mundo inteiro o mesmo.
E eu que esperava tanto desse dia.
Era o meu dia prometido, o dia que eu realizaria todos os meus sonhos.
Saciaria todos os meus desejos.
Me livraria de todos os meus conflitos.
O cavalo verde de asas azuladas não compareceu à minha janela.
Vi, da cama, quando ele passou pelas nuvens, longe do alcance das minhas mãos.
Cobri a cabeça com o travesseiro e me fiz novamente noite.
Vou esperar romper o novo dia.
Quem sabe amanhã o meu cavalo verde de asas azuladas se apiede da minha eterna noite e compareça à minha janela.
E me leve para o lugar em que nasce a luz e onde todos os homens são felizes.
Sem distinção de raça, cor, credo, etnia, língua...
E modo de pensar.

Publicado por Antonio Medeiro às 14:05
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