A loucura me sublima

27
Out 11

Distraído, perambulava pela noite infinita.
Um ser minúsculo na imensidão do caos...
Pensava no que escrever.
E, distraído, caminhava sobre o tapete de astros, o caminho da minha lírica impaciência.
Não senti dor quando pisei na ponta afiada da estrela cadente e o meu sangue deixou o seu rastro na noite sem fim.
O sangue riscou a parede do nada.
E vi na sua trajetória o poema desnudo.
Um verso ou uma metáfora?
Ou apenas um homem em desvario?

Publicado por Antonio Medeiro às 18:37

20
Out 11

Um dia me perguntaram:
Por que você sempre volta para a prisão todas as manhãs da sua vida?
Ao longe, olhei o entardecer e emudeci.
A cabeça viajou por todas as galáxias do universo à procura de uma resposta.
Não achei.
Nunca tinha percebido essa minha estranha condição de existir.
Existir aparentemente livre todas as manhãs da minha vida.
Nunca percebi os grilhões invisíveis nos pés.
Nem a mordaça em minha boca.
Os ferros no meu coração.
A angústia em minha alma.
Sempre vivi dentro da normalidade mais cordial com todas as manhãs.
Agora, algo me intriga.
Devo investigar o que aconteceu com a minha vida.
Devo imaginar que a descoberta não vai ser bonita de se ver.
E a verdade deve doer como a perda de um membro.
E tem uma coisa que me preocupa:
Quando a verdade aflorar o que vou fazer todas as manhãs da minha vida?
Ser livre?
Acho que não vou me acostumar.
Liberdade não e uma doença?

Publicado por Antonio Medeiro às 18:30

13
Out 11

Escolado, esfolado vivo muitas vezes, represento a casta dos desrespeitados.
Não há mais limites para o desrespeito contínuo do homem contra o homem.
Na cidade, trituradora de almas, caminho sob olhares de reprovação simplesmente porque gritei NÃO!
E gritei o não universal, aquele que está engasgado na garganta de todos os desrespeitados do mundo.
Os próprios desrespeitados repudiaram o meu grito, porque não têm noção da falta de respeito para com eles e porque também desrespeitam o outro homem.
A engrenagem é perfeita.
Não deixa margem de dúvida para ninguém pensar que faz parte dela.
Eu faço e não faço parte dela.
Meu corpo está lá, o meu eu está aqui.
E sempre grito NÃO!
NÃO! NÃO! e NÃO!
E peço a todos que me cercam uma atitude clara e simples:
Não me odeiem nem me amem.
Apenas me respeitem.
Agradeço respeitosamente.

Publicado por Antonio Medeiro às 19:30

06
Out 11

Sou um sujeito estranho.

O rei da dúvida, o rei do não sei o que fazer.

Vivo esse dilema todos os dias.

Encruzilhadas são o meu maior pesadelo.

Quando as encontro fico completamente perdido.

Não tenho a menor ideia de o rumo a seguir.

Fico ali parado...

Às vezes jogo uma moeda para escolher o caminho.

Outras vezes fecho os olhos, giro o corpo diversas vezes e sigo, 1/2 tonto, o caminho que está à minha frente.

Ou fico ali sentado à espera que passe alguém para que eu possa segui-lo.

A maior parte do tempo fico ali tentando escolher um método diferente para poder seguir em frente.

O grande problema é que o mundo é cheio de encruzilhadas; nem bem saio de uma estou em outra.

Acho que devo construir minha casa no centro de uma delas.

E todas as manhãs, ao abrir a janela, olhar todos aqueles caminhos e ficar cozinhando as minhas dúvidas.

Sabedor que sou que todas as encruzilhadas do mundo levam a outra encruzilhada, que leva a outra encruzilhada, que leva a outra encruzilhada, que...

Publicado por Antonio Medeiro às 19:30

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