Solitário, encaro a plúmbea manhã; o silêncio ao meu lado.
O inseto voraz e insensível rasteja pelas frestas do meu coração.
E vai me fazendo amargo.
Não enxergo beleza no mundo, apenas a feiura explícita na manhã ancorada na feia cidade.
Estou no 1/2 do nada, a cara amassada na solidez da muralha escura do horizonte dos meus olhos.
Dentro deles o oceano escuro e ameaçador, a fúria do vento e das ondas.
Faz 3 dias que a tormenta atormenta a minha alma.
As águas começam a transbordar e chegam às bordas dos meus olhos.
E escorrem feito uma morte líquida pelo meu corpo calado.
Nada muda.
Solitário, encaro a plúmbea manhã; o silêncio ao meu lado.
O inseto voraz e insensível mastiga o resto do meu amargo coração.
E as águas escorrem...
TõeRoberto