A loucura me sublima

31
Mai 12

A madrugada não me caiu bem.
Foi como se tivesse engolido um tijolo.
O sufoco começava no estômago e invadia a cabeça.
Os fantasmas dançavam diante dos meus olhos.
Rostos iam e vinham na penumbra do quarto.
Respirava o pesado ar da solidão.
Aprendia, com dor, o preço de existir.
O suor escorria pelo corpo.
Desespero...
Só o silêncio no ruído da noite.
Escuridão...
O coração batendo forte como um pedido de perdão.
Enfiei mais um tijolo na boca e engoli.
E era apenas o primeiro minuto da madrugada.

TõeRoberto

Publicado por Antonio Medeiro às 23:55

24
Mai 12

O que sobrou de mim, o desprezível sacripanta?
1/2 zero, o risco de lembrança?
A imagem nua, o desencanto?
O pouco de cinismo, o espanto?
O nó do remorso na garganta?
O que sobrou de mim, o desprezível sacripanta?
O diabo arrependido...
Ou o risível santo?

TõeRoberto

Publicado por Antonio Medeiro às 21:01

17
Mai 12

A partir de hoje, está decidido:
A vida não me pertence, eu pertenço à vida.
Estou em suas mãos.
Marionete é o meu nome.
Movimento-me pelos cordões invisíveis do acaso.
Ora olho pro leste, ora pro oeste.
A vontade da vida é involuntária.
Espasmos diários me deformam o rosto.
É a minha vontade.
Não quero mais ser nada por conta própria.
O cansaço de ser me venceu.
A vida é minha ama.
Sou um servo obediente... e feliz.

TõeRoberto

Publicado por Antonio Medeiro às 23:55

10
Mai 12

As ruas da infância envelheceram.
O verde da inocência se foi; a solidão é de silêncio.
O calor humano se esconde atrás das janelas fechadas.
As pedras, frias; as lembranças, ruínas.
Caminho trôpego pela rua sem nome.
Apenas o estranho na cidade esquecida.
Não choro, faltam-me lágrimas.
A dor do que se foi anda de mãos dadas comigo.
Rumino o passado.

TõeRoberto

Publicado por Antonio Medeiro às 23:54

03
Mai 12

As borboletas multicoloridas chegaram pela manhã.
Polinizaram minha alma e saíram em algazarra pela cidade adormecida.
E polinizaram a dureza do concreto, a frieza do asfalto, o cinza.
Em dois segundos, 10 poemas brotaram em meus olhos.
Um campo de girassóis tomou conta da cidade.
E a vida se tornou antigamente.

TõeRoberto

Publicado por Antonio Medeiro às 21:00

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