Do alto das asas do pássaro da existência, fotografo o mundo com os meus olhos melancólicos.
Tudo é tão chato, tão feio, tão decadente, tão solitário.
Só o rio que corre carregando os escombros da minha ruína mantém a sua graça infinita.
Mesmo carregando o peso do meu fracasso, o rio corre vigoroso e lépido.
Estou tão triste!
A melancolia não me deixa esquecer que estou vivo.
A melancolia não me deixa esquecer que esta que eu vivo é a minha vida, só minha.
Nada a fazer.
A não ser fotografar com meus olhos melancólicos e tristes o mundo em que vivo.
O triste e melancólico mundo em que vivo.
Antonio Medeiro