Por onde andei não vi sinal de ânimo.
Apenas um desânimo generalizado circulava pelas ruas.
Pessoas cabisbaixas, apressadas...
Algumas escondendo a dor estampada no rosto com as mãos.
Outras se esquivando pelos becos.
Olhei para as ruas, as construções, as praças, o horizonte...
Havia algo na alma da cidade.
Uma enorme e vergonhosa mancha vermelha.
O som das sirenes recortava o ar.
Mais as pessoas se apressavam, escondiam o rosto, se enfurnavam nos edifícios.
A vida não está mais nas ruas.
Está encarcerada atrás das grades da cidade sitiada pelo medo.
O grande, onipotente e onipresente medo!