O sangue ferveu nas veias e, num impulso, agarrei aquele pescoço branco.
Apertei... apertei... apertei...
Cravei os olhos negros naqueles olhos verdes... perplexos.
Desejei aquela boca vermelha semiaberta.
A mágoa começou a escoar pelos meus poros.
Apertei mais...
Os olhos fixos naqueles olhos culpados.
Uma sensação de alívio deslizando mansamente pela pele.
E apertei...
Os olhos verdes mais verdes.
A boca mais vermelha.
E um suave calor tomou o meu corpo extasiado.
Apertei um pouco mais... parei... afrouxei as mãos...
Os olhos verdes se fecharam... e se abriram.
A boca vermelha murmurou alguma coisa.
E, num impulso, soltei as mãos daquele pescoço branco.
E beijei com furor aquela boca vermelha.
Com os olhos negros cravados no verde daqueles olhos verdes... safados.
E senti um alívio frouxo no fundo da minha alma humilhada.