A loucura me sublima

08
Set 11

Disseram-me que se eu andasse um pouco mais encontraria o que procuro.
Continuei andando, os pés em carne viva, a alma com longas asas.
"Além, muito além de horizonte intocável", me disseram.
Eu andava, mas o horizonte é uma linha impiedosa que nos diz para ir sempre em frente, não parar nunca, não chegar nunca, não desistir nunca.
Vez em quando tentava balançar as asas da alma para ver se conseguia alçar voo.
Asas demasiadamente longas, pesadas, nenhuma destreza para manipulá-las.
Eu olhava, o horizonte continuava lá, inatingível.
Mas lá está o que procuro; ir sempre em frente, alguma coisa me impulsiona, alguma coisa me manda ir ou morrer.
Descobri que asas só servem para manter a esperança viva.
Não servem para coisas práticas, como me levar para além daquela linha fora dos mapas.
E caminho, o sangue dos pés deixam uma trilha clara para os que vêm atrás de mim à procura do que procuro.
E o que procuro está lá...
Prontinho para ser meu.
Assim que eu pisar do outro lado da linha imaginária do horizonte...
Da minha fantasia enlouquecida.

Publicado por Antonio Medeiro às 19:27

02
Set 10

Alguma coisa se rompeu dentro de mim.
Não sei o que é, só sei que é grande o bastante para causar uma hemorragia existencial.
A alma sangra, o corpo padece de tremores febris.
A represa começa a transbordar.
Alguma coisa vai acontecer.
Não sei o que é, mas não vai ser bonito de se ver.
É só esperar.
Enquanto isso, vou dar uma sacudida na poeira do tempo, encerar as minhas asas, engraxar os meus sapatos, afiar as minhas garras, carregar o meu 38 e...
Esperar, que é só o que eu posso fazer por mim neste momento.

Publicado por Antonio Medeiro às 09:36

14
Out 09

E hoje, no início dos tempos, esqueço os versos e os transformo em pedras.
E convivo com a dureza das palavras.
Ora me machucam no silêncio da noite.
Ora se tornam armas com as quais eu sangro as sutilezas da alma.
E as empunho com força.
E sangro e faço sangrar.
É a lei da pedra, nada posso fazer.
A não ser pisar nas pontas das suas cruas fronteiras.
E me autoflagelar nas asas da sua dureza
Do que é feito as humanas palavras.  

Publicado por Antonio Medeiro às 12:57
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