A loucura me sublima

19
Jan 12

Eu vivo em eterna luta comigo mesmo.
Todas as noites, manhãs e tardes a alma desatina, o coração sangra e meu estado bélico se acentua.
Não entendo, eu não fiz nada para mim mesmo.
A guerra começou do nada.
Acho que um mal-entendido entre o adulto e a criança ou uma pequena rusga entre o meu demônio e o meu anjo.
É um verdadeiro inferno no paraíso.
Na mesma hora em que o meu cérebro está ensolarado, a tempestade de granizo aparece do nada e congela a minha sensibilidade.
E o sol e a tempestade iniciam uma batalha sem fim nos campos da minha consciência.
Frio, quente, frio, quente...
Não sei mais o que fazer.
A coisa está ficando cada dia pior.
E observo que não foram problemas do adulto com a criança, mas obra do meu demoníaco demônio.
Cada dia ele fica mais saliente; está tomando conta da minha cabeça e estou a ponto de perder a cabeça.
E ele anda tão ousado que essa manhã me disse:
Hora de acertar as contas com esse teu anjo idiota, que não serve pra nada, a não ser te deixar cheio de bondade nesse mundo tão cruel e cheio de maldade.
E partiu para cima do meu pobre anjo, a boa intenção em pessoa.
Com medo, o coitado voou para a palma da minha mão.
E se armou com meus olhos para enfrentar a sua antítese.
E foi pena e fogo que voou para todos os lados.
E eu fiquei entre a paz e a guerra com a arma numa mão, a flor na outra.
À minha volta, apenas a indiferença.

TõeRoberto

Publicado por Antonio Medeiro às 18:03

16
Dez 10

A minha situação é lamentável.
Não consigo mais pisar na água e sentir a água.
Ficar ao vento e saber do vento.
Olhar o espelho e ver meu rosto.
Não consigo mais entender a vida.
Estou frio.
O meu coração é gelo, o pequeno Himalaia.
Criança abandonada na noite sem fim.
E corro sem rumo para o futuro inexistente.
Tropeço nas pedras do passado, caio...
E a noite é imbatível.
Estou sem saco para qualquer batalha.
Só quero dormir.
E sonhar que estou morto.
Morto com todas as letras.
E não tenho mais compromisso comigo mesmo.
Nem com nenhum canalha desse mundo torto.

Publicado por Antonio Medeiro às 09:13

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