Eu vivo em eterna luta comigo mesmo.
Todas as noites, manhãs e tardes a alma desatina, o coração sangra e meu estado bélico se acentua.
Não entendo, eu não fiz nada para mim mesmo.
A guerra começou do nada.
Acho que um mal-entendido entre o adulto e a criança ou uma pequena rusga entre o meu demônio e o meu anjo.
É um verdadeiro inferno no paraíso.
Na mesma hora em que o meu cérebro está ensolarado, a tempestade de granizo aparece do nada e congela a minha sensibilidade.
E o sol e a tempestade iniciam uma batalha sem fim nos campos da minha consciência.
Frio, quente, frio, quente...
Não sei mais o que fazer.
A coisa está ficando cada dia pior.
E observo que não foram problemas do adulto com a criança, mas obra do meu demoníaco demônio.
Cada dia ele fica mais saliente; está tomando conta da minha cabeça e estou a ponto de perder a cabeça.
E ele anda tão ousado que essa manhã me disse:
Hora de acertar as contas com esse teu anjo idiota, que não serve pra nada, a não ser te deixar cheio de bondade nesse mundo tão cruel e cheio de maldade.
E partiu para cima do meu pobre anjo, a boa intenção em pessoa.
Com medo, o coitado voou para a palma da minha mão.
E se armou com meus olhos para enfrentar a sua antítese.
E foi pena e fogo que voou para todos os lados.
E eu fiquei entre a paz e a guerra com a arma numa mão, a flor na outra.
À minha volta, apenas a indiferença.
TõeRoberto