Há tempos atrás andava de bem com a vida.
De mãos dadas, caminhava pela estrada tranquila do encantamento.
E dançava, com a vida, à luz da lua...
E cantava, com a vida, versos de amor para as estrelas distantes...
E era a melhor das vidas... o melhor dos homens.
Um dia, do nada, o percalço.
Um pequeno obstáculo:
O pedregulho no meio do caminho.
O choque...
O pé sangrando...
Choraminguei...
Me senti injustiçado.
Magoei... e me cansei
Hoje ando por aí à deriva.
Cachorro que caiu do caminhão de mudança.
Pessoa sem estômago para caminhar pelas estradas.
A vida?
Nem pintada de ouro.
Aquela ingrata!