No calor da noite, o suor escorre em gotas geladas.
O sono se foi, como todas as noites.
As lembranças, facas enfiadas no coração.
Eu, a solidão, paredes ameaçadoras.
Os velhos pecados afloram, se agarram ao meu remorso.
Sinto-me sufocado.
Carrego pesados pecados desde a infância.
Não há como pagá-los; a maioria prescreveu.
A mim resta remoê-los todas as noites.
São como aves noturnas.
Vêm e sentam-se na janela da minha alma
Ficam me olhando por dentro com ar de reprovação.
São dos mais variados tons de escuro.
E todas as noites, penso a mesma coisa:
Eu não sabia que os pecados tinham cores.
E que é impossível remir as cicatrizes causadas por eles.
TõeRoberto