A loucura me sublima

01
Dez 11

Quando começou a rebelião dos anjos do bem, eu olhei para dentro de mim mesmo.
Procurei o meu anjo; eu não tinha anjo nenhum dentro de mim.
Apenas uma cicatriz deixada pela alma marcava o meu coração.
Eu era apenas um corpo oco, sem nenhum sinal da moralidade cristã.
Então pensei:
E o meu anjo do mal?
Estará escondido em algum canto do meu corpo com medo da rebelião dos anjos do bem?
Procurei; nada!
Eu também não tinha anjo do mal nenhum habitando o meu corpo.
A rebelião estava nas ruas.
Milhares de anjos do bem carregavam bandeiras falando do fim dos tempos.
Algo deveria ser feito com urgência para purificar as almas enegrecidas pela ganância da humanidade.
Então, pensei comigo:
Se eu não tenho alma nem anjo em meu corpo, por que devo me preocupar com isso?
E consciente de que eu era um ser intocável por qualquer espécie de rebelião de almas e anjos, olhei para a grandeza do universo.
E vi apenas um amontoado de astros misteriosos poluindo o azul tão bonito do infinito.
E os anjos, nas ruas, entoavam os seus  hinos de rebeldia.

TõeRoberto

Publicado por Antonio Medeiro às 22:00

06
Dez 09

Há 3 dias não como, não durmo e não bebo.
Cansado de tanta opulência, quero sentir a dor dos desesperados.
Quero sentir a dor dos que vivem do outro lado, os renegados pela vida.
Os sem eira nem beira.
Os desvalidos de amor, os necessitados crônicos, os sem motivo nenhum para viver.
Quero entender a dor em toda a sua extensão.
A dor física, da solidão, do abandono...
Quero sentir a dor, o único bem dos sem-nada.
Quero sofrer, expor as minhas vísceras.
Quero pendurá-las nos postes, nas paredes dos viadutos, nas portas dos que tudo têm.
Quero viver e mostrar a verdadeira face do horror, da agonia, da angústia na sua forma mais pura.
Quero desnudar o ser humano, colocá-lo diante de todos os olhos na sua forma mais primitiva, mais aterrorizante.
Quero documentar as consequências de todos as atos desumanos praticados pela humanidade.
Assim, talvez eu durma em paz no meio dos meus lençóis de seda.
Talvez eu possa me olhar no espelho amanhã de manhã.
E talvez eu possa almoçar sem nenhum remorso.

Publicado por Antonio Medeiro às 09:43

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