A loucura me sublima

02
Dez 10

E de repente, do nada, estava no lamaçal.
A lama atingiu o pescoço.
E se misturou com a barba.
Tentei murmurar algo, mas engoli a gosma negra.
E grunhi como um porco chafurdando no chiqueiro podre.
Enfiei as unhas nas pedras da parede.
Tentei alcançar a luz acima da cabeça.
As unhas sangraram... deixaram um risco vermelho na dureza da prisão.
Senti faltar o chão.
E me afundei na macia dureza do meu colchão.
E a baba negra escorreu pelo canto da boca.
E a noite me envolveu com sua úmida solidão.

Publicado por Antonio Medeiro às 08:56

20
Out 09

No papel escrevo:
A loucura não é um fim.
É apenas um meio de sobreviver no mundo caótico da sanidade.
A sanidade se faz necessária para os loucos ao contrário.
Os normais.
Os que fazem da normalidade a loucura mais terrível.
Eu sou louco.
Assumido!
E morro de medo de ser normal.
Que ser normal é estar acorrentado a todas as prisões da vida.
Com um belo sorriso nos lábios.
Num ensolarado domingo de outubro.

Publicado por Antonio Medeiro às 09:16
Música: Variada

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